domingo, 15 de fevereiro de 2009

O BLOG NÃO MORREU


Povo que me lê (haha, ok, ok) venho por meio desta, informar que o blog não morreu, só tou com preguiça pra postar. Eu tenho até duas tirinhas prontas, mas tem que escanear...

hugs

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Não sou eu quem pago


Blogando pela net, encontrei uma crônica interessante no "Euforia Melancólica" (http://euforiamelancolica.blogspot.com/) que gostaria de postar aos senhores:


O post chama-se "Não sou eu que limpo" e foi publicado em 9 de Maio de 2008:


Houve uma época da minha vida em que morei num apartamento com sacada. Em algumas oportunidades (não muitas) eu chamei a atenção de pessoas que passavam em frente e jogavam lixo na rua. Pode parecer uma coisa meio esquisita, de aposentado que gosta de chatear os outros, mas eu fazia, de certa forma cumprindo uma missão social (era uma época pré-burguês safado).O sujeito jogava o papel no chão e eu gritava lá de cima: "pra que sujar a rua?". A maioria sentia-se envergonhada, pega de surpresa como uma criança que acabara de fazer uma travessura e recolhia o objeto da discórdia. Outras vezes, óbvio, eu fui ignorado ou ouvi coisas do tipo "o que você tem com isso?", "vai achar o que fazer" ou ainda "cuide da sua vida". Além dos impropérios ditos em tom mais baixo, abafado pelos sons da rua, mas que os garotos leitores labiais do Fantástico provavelmente traduziriam com um pi....Uma entre tantas respostas, porém, marcou-me na lembrança. Uma criança, dessas que não parecem ser de rua, mas que ficam passando de porta em porta perguntando se não tem "coisinhapadá", estava emporcalhando a rua em frente ao prédio, quando eu gritei lá de cima. Sem aparentar nenhuma culpa, ela virou para mim e lascou uma frase cruel: "Não sou eu que limpo".Simples e direto.A carga simbólica desta frase é devastadora. Esse garotinho é a síntese de boa parte do espírito brasileiro, apesar de que eu odeio generalizações, pois sei que elas são injustas. Porém, é inegável que uma parcela razoável de nossa população segue exatamente essa linha de pensamento, ou seja, não importa se vou sujar, não me importa tomar partido, não quero nem saber do que se trata, pouco me interessa as consequências sociais dos meus atos, afinal de contas, "não sou eu que limpo".


Obrigado ao Marcos pela autorização do post.